O dançarino da corda

O Palácio dos Urubus, 1983

Morre hoje Luiz C. Assim o conheci nas conversas sobre teatro e sobre o Cena Aberta com Wlad. Não o conheci pessoalmente, e somente hoje, com sua partida, chega para mim a informação de que era um poeta. Já o era, pois um ator é um poeta.

Morre da mesma maneira que um de seus mestres, o responsável por eu saber de sua existência, Luís Otávio Barata, com um ataque fulminante que paralisou seu coração. Bem pertinho do mesmo cenário em que tantas vezes estiveram juntos, o Bar do Parque.

Na minha memória limitada será sempre uma bailarina dançando às avessas, saia de filó e vassoura na mão, imagem de uma foto que tenho em mãos. Com certeza, nela, já poetizava. E como diz outro poeta, “os poetas, como os cegos, podem ver na escuridão”.

Vá, e lá serás iluminado por outros poetas, Luís Otávio, Walter, André, Ronald…

Já ouvimos falar muito do que dança na corda; queremos conhecê-lo agora (…) O homem é corda estendida entre o animal e o super-homem: uma corda sobre um abismo; perigosa travessia, perigoso caminhar; perigoso olhar para trás, perigoso tremer e parar. O que é de grande valor no homem é ele ser uma ponto e não um fim; o que se pode amar no homem é ele ser uma passagem e um acabamento. Friedrich Nietzsche.

Leia mais sobre Luiz C. no Bomgá da Mata

Uma resposta to “O dançarino da corda”

  1. flavio furtado Says:

    Triste por saber que um magnifico poeta da vida e das artes, tenha nos deixado do plano material, terminando este ciclo e iniciando outro no plano astral.
    Conheçi a poesia de Luis Carlos França em 2001 ou 2002, quando comprei “Sangrado Coração do Poeta” e fiquei muito feliz por sua escrita. Inclusive, sempre que posso utilizo esta, com meus alunos em sala de aula.
    Triste por sua partida!!!

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